Juventudes brasileiras e as desigualdades na Pandemia
Vulnerabilidades, territórios e direitos sociais
Resumo
Nesta edição especial, reunimos dez textos que oferecem uma análise sobre os impactos da Pandemia da COVID-19 nas diversas juventudes do Brasil, refletindo sobre as desigualdades sociais que se intensificaram em diferentes contextos e territórios. Cada um desses textos traz contribuições para compreendermos as complexas dinâmicas que marcaram as experiências juvenis no período pandêmico, evidenciando como fatores como raça, gênero, classe social e recorte territorial desempenharam papéis determinantes na vivência das juventudes. A Pandemia, longe de ser um evento isolado, expôs e agravou feridas estruturais, destacando a necessidade urgente de políticas públicas inclusivas e eficazes para enfrentar não só os desafios emergenciais, mas também as desigualdades historicamente enraizadas no Brasil. Refletir sobre as juventudes brasileiras no contexto da Pandemia exige um olhar multidimensional que contemple as intersecções de vulnerabilidade social, territorial e de direitos. Os artigos aqui reunidos demonstram que a crise sanitária trouxe à tona uma série de retrocessos nos direitos fundamentais das juventudes, como o direito à educação, ao trabalho e à segurança, mas também reforçaram a importância da luta coletiva e da articulação de políticas intersetoriais. As juventudes, em sua pluralidade, enfrentaram não apenas o impacto imediato da COVID-19, mas também as consequências de políticas públicas que não deram conta em proteger os mais vulneráveis. Essa edição, ao destacar diferentes facetas das juventudes – desde os desafios educacionais e laborais, até as realidades específicas do campo amazônico e das periferias urbanas – traz à luz a importância de repensar as políticas públicas a partir de uma perspectiva inclusiva, que leve em conta as diferentes juventudes que compõem o Brasil e suas necessidades particulares. Mais do que nunca, faz-se necessário garantir que essas políticas respondam às especificidades de gênero, raça e território, promovendo um futuro mais equitativo.