O papel da(o) mesária(o) na democracia brasileira e a participação da(o) jovem nas eleições
Palavras-chave:
Democracia, integridade eleitoral, juventude, mesários, mesa receptora de votos, confiança nas instituições, educação política, eleições, fiscalizaçãoResumo
Em tempos de crise de representação política e crescimento de desconfiança nas instituições democráticas, como se dá a participação da(o) jovem no processo eleitoral para além da sua função como eleitor(a)? A realização de eleições limpas, justas e periódicas é uma condição para existência da democracia. No Brasil, a despeito da democracia recente, a construção de um processo eleitoral íntegro e idôneo remonta aos tempos do Império e contou com o aperfeiçoamento do papel das(os) componentes da mesa receptora de votos comumente chamadas(os) de mesárias(os). O texto percorre o desenvolvimento histórico da figura da(o) mesária(o), investigando os efeitos das alterações legislativas sobre suas funções. A busca de pessoas sem relação com os partidos e candidatas(os), entre outras regras, tornou as(os) mesárias(os) o elemento indispensável para a garantia da legitimidade das eleições e um componente essencial na fiscalização dos trabalhos eleitorais. Analisando os dados da Justiça Eleitoral de participação das(os) mesárias(os), constatamos que a presença da(o) jovem é significativa, tendo correspondido a quase um terço do total das(os) mesárias(os) nas Eleições 2020. Esse dado se mostra muito relevante quando o comparamos a outro indicativo de engajamento na vida política: as(os) jovens possuem reduzida adesão à filiação partidária. Por outro lado, apesar dos resultados positivos da elevada participação da(o) jovem como componente de mesas nas eleições, concluímos que sua participação voluntária no processo eleitoral é baixa – o que seria importante para a corroboração da legitimidade das eleições para a sociedade. No entanto, para que haja esse envolvimento, é necessária a educação política e eleitoral para difusão do conhecimento e fomento do interesse.