Uma década de políticas de igualdade racial e juventude, para onde caminhamos??
Resumo
O acúmulo das variadas formas de manifestação da juventude negra nas últimas décadas se constituiu num caldo social que abriu espaço para a conformação de um nítido campo de demandas com atrizes e atores políticos bem delimitados: a defesa dos direitos das políticas públicas voltadas à juventude negra. Campo bastante diferenciado, pois até a bem pouco tempo podíamos identificar as demandas da juventude negra por vezes invisibilizadas ou de forma segmentada – hora temos a luta contra violência racial, a luta por cotas nas universidades, a luta das jovens mulheres negras, a luta em defesa da cultura da periferia – e no extremo oposto, um campo também em via de consolidação, de defesa de políticas públicas universais com enfoque geracional/juvenil que, embora reconhecendo a diversidade da juventude brasileira, apontava poucas ações concretas em direção à juventude negra. Assim, arriscamos asseverar que após o I Encontro Nacional de Juventude Negra (ENJUNE), este campo se alargou e deu passos maiores para o reconhecimento das demandas integrais pleiteadas, o que foi fundamental para a institucionalização das políticas públicas voltadas a essa parcela da população e ao início da implementação de ações visando a garantia dos seus direitos fundamentais. [...]