Quarta onda ou um Feminismo Maremoto?
Significados do “#ELE NÃO” nas ruas do Brasil
Palavras-chave:
manifestações, feminismo, juventudes, violências, mulheresResumo
É comum classificar as tônicas no espaço/tempo do feminismo na América Latina por ondas como. Defendemos que combinação dialética entre múltiplas referências, disputas discursivas e a criação de frentes, unidade na crítica ao Estado neoliberal, que no Brasil se modela por governo neofacista, tendo a rua como ponto de encontro viria caracterizando mobilizações feministas de protesto, questionando a histórica codificação do feminismo como, movimento identitário e o destacando como força estruturante na defesa da democracia. Temos mais que “uma onda no ar”. Decola-se da grande manifestação no Brasil em 29 de setembro de 2018 e por várias cidades em outras partes do mundo, organizada por mulheres e que ficou conhecida como #EleNão por ter como alvo um presidenciável que se destacou por seus pronunciamentos discriminatórios e agenda ultraconservadora e que veio a se eleito. Discute-se que tal manifestação e outras que a seguem é parte de um processo histórico que vem em um crescente, que toma múltiplas formas de feminismos que cada vez mais conjugam direitos de mulheres e da população gay, com uma crítica sistêmica da economia política, enlaçando o material e o simbólico, quando o corpo fala, protesta por si, por muitos, por democracia (Butler, 2018).