Questionando gênero como ideologia

juventudes no Brasil e direitos sexuais e reprodutivos

Resumo

Acessa-se a onda conservadora, fundamentalista que codifica gênero como ideologia, discutindo que gênero se alinha a um paradigma de conhecimento modelado na complexidade, inclusive do que se entende por direitos sexuais e reprodutivos. Não é uma ideologia, se entendido tal termo como uma “falsa consciência de materialidades vividas”. Já o que fundamentalistas chamam de “ideologia de gênero” para combater perspectiva de gênero nas escolas, é, sim, parte de um paradigma sexista, um paradigma da simplificação, que dicotomiza e hierarquiza o mundo das relações sociais e sexuais. Neste texto sublinho, considerando dados sobre juventudes-sexualidades e condições de vida- e através de debate sobre direitos sexuais e reprodutivos, que o feminismo, recorrendo a gênero, é um paradigma que enlaça conhecimentos complexos e tem muito que contribuir tanto para debate sobre direitos das mulheres, combate a vários tipos de violências como para remodelação de projetos que afetam todas, todos, combinando questões sobre desejo, subjetividade, liberdade, e, perspectiva mais alinhada ao feminismo emancipacionista, sistemas de classe, raça, gênero e domesticação de vontades. É contra paradigmas simplificadores da realidade que manipulam medos e inseguranças inclusive sobre o além.