Sob o céu de junho
Movimentos juvenis e crise da política nas manifestações de 2013
Palavras-chave:
manifestações de 2013, movimentos juvenis, crise da políticaResumo
Após cinco anos das manifestações de junho de 2013, os analistas ainda devem um entendimento mais delineado sobre a natureza desse enigmático fenômeno, que condicionou o processo político posterior. Este artigo analisa a morfologia, as motivações e as bandeiras do movimento, além de suas relações com o campo político. Conclui-se que 2013 foi a arena discursiva na qual grupos de diferentes orientações testaram forças e ensaiaram movimentos. Nesse espaço de natureza comunicacional, entram em cena com força, pela primeira vez em nosso país, ideias contrárias aos partidos e à própria representação, as quais impulsionaram a crise política que ainda hoje vivenciamos. A crítica das mediações políticas abriu caminho à penetração de atores e tendências que dificilmente teriam a mesma chance no padrão tradicional de mobilizações. Nesse contexto, o movimento tornou-se presa fácil de um discurso protofascista, e terminou por abrir caminho à construção da nova hegemonia liberal-conservadora.